quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Baboseira

Minha alma agora tem claustrofobia.
Se sente sem ar, sem saida,
Sem um pingo de amor proprio.
Claustrofobica e sem alternativa.

Mentiras: ja nao sei mais viver sem
Me apodrecem e me alimentam,
O que seria da minha vida sem as breves alegrias?
Todas, provindas da mentira...

Claustrofobia, sim, claustrofobia
Sufoco-me em meio aqueles cabelos ruivos.
Me falta ar, me falta amor,
Sobra mentira, sobra dor.

De qualquer forma, fique
Gosto de sofrer, fingir acreditar.
Minha ultima gota de fé, sussurra: "nao desiste"
E até um sorriso, em meio a lagrimas e sangue, eu consigo esbocar.

Como claustrofobia,
Seu nome em minha garganta faz nó
Mas agora, ser racional é tao provavel quanto magia:
Antes mal acompanhada do que só.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Pecador.

Eloquente, esta vida, nao acha?
Parece drenar-nos o sangue quando a saida nos falha,
Sem resposta, mas cheia de perguntas, ela nos desarma,
Rostos sem vida, corpos sem alma,
e nem ao menos 'e a Morte que chegou.

De que nos serve tudo, entao?
A solucao, todos sabemos, nao existe.
Lagrimas, sorrisos, futilidades cravadas em cada segundo, em toda sociedade,
Uma vida inteira de besteiras, em vao.
Desiste.
Seu destino esta debaixo do chao.

O grito estridente do silencio,
O pensamento em ponto de ebulicao.
As cartas na mesa, a bala perdida estourada no peito,
O suspiro final do pecador sem perdao.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Dezenove

Parabens!
Gostou do presente?
Do meu peito, arrancado
De som estridente:
Coracao disparado.

Parabens!
Bela marca que ficou,
Ainda queima quando nela encosto.
O sofrer desnecessario pelo amor que se deixou.
O errado, tao certo, imposto.

Malditos telefones e chinelos.
Maldito corpo, frio, nu
Malditos, escassos, incredulos,
Parabens! Tomei no cu.
Malditos.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Imperceptivel

Debaixo desta pedra bate um coracao
Tao fragil, tao pequeno,
Imperceptivel,
Mas de amor intenso.

Porem impossivel descobri-lo,
Pois debaixo da pedra, esta.
Que diferenca faz?
Quem vai querer procurar?

Realmente, nao me importo.
A solidao que um dia me incomodou, tornou-se morada.
Sem pena, sem culpa, sem raiva.
Apenas comum. Morada.